quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

MINHA ANGRA ESTÁ ASSOLADA




Amanhã fará exatamente um ano que estou trabalhando na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Angra. Hoje, Angra está completando 508 anos e não está comemorando muita coisa. Como o tempo voou! Estou fazendo um comparativo (introspectivamente, rs) de tudo que aconteceu no início do ano passado e o que está se passando nestes dias, bem tristes, aqui, em Angra.

Desde a virada do ano, quando aconteceram as chuvas dos dias 30 e 31 dezembro e 1º de janeiro, e, com elas, os deslizamentos de terra que já mataram 52 vítimas (ainda estão a procura de mais corpos), minha cidade está em luto, triste, desolada, com um aspecto de cansada e solitária.

A triste imagem do Morro da Carioca nos causa pânico e a mim, especificamente, dor de estômago. Aquela faixa de barro, em meio a uma pequena parte da mata atlântica, que sobrou após ocupação irregular dos moradores, nos mostra que a natureza está pedindo socorro.

Aliás, o mundo está clamando por socorro. Copenhagen que o diga! A derrota da conferência do clima mostra o que, na verdade, todos já sabem: o homem não está nem aí para o planeta.

Mas trazendo isso para a realidade angrense, vamos computar dados e concluir que tudo isso foi provocado por outras questões, além das humanas e materiais óbvias, das quais eu já me referi.

Alguém assistiu a cena da igreja Matriz caindo em São Luiz do Paraitinga (SP)? Aquilo me causou pavor. Tive sensações estranhas, mas que conheço muito bem. As mesmas que tive quando aconteceram o tsunami lá do outro lado do mundo. Mortes, tragédias, desastres, guerras, desolações... Quanto mais coisas acontecem, mas os sinais se revelam e nos mostram de que o fim está próximo.

É isso, Jesus está voltando e nós os que estamos vivos seremos arrebatados com ele. E os que não estiverem com seus nomes escritos no livro da vida, não subirão.

Como eu temo pelos que ficarão! Por isso quero me disponibilizar ainda mais para anunciar o evangelho restaurador e curador de JESUS.

Enquanto isso, aqui, em Angra, eu estou trabalhando, ininterruptamente, no Centro de Crises, montado no Centro de Estudos Ambientais (CEA), na Praia da Chácara, escrevendo matérias e releases sem parar (veja o site da Prefeitura de Angra: http://www.angra.rj.gov.br/). A imprensa inteira do Brasil está aqui e estou vivendo dias estranhos de sensações de que minha cidade está se derretendo, com seus morros caindo e ruindo abaixo.

Estou com medo sim. Medo de perder pessoas queridas. Muitos conhecidos já se foram, pois aqui, tudo é pequeno e todo mundo se conhece, ou pelo menos, já se viu alguma vez na vida. Como foi com a Yumi, tão linda e talentosa, amiga da minha prima Juju. Sinto dor por ver tanta mobilização em torno de uma tragédia que ceifou muitas vidas sem Jesus e de olhar nos olhos das pessoas e enxergar a visão, turvada pelas lágrimas.

Ainda bem que minha confiança não está em homens e que meu coração está com esperança, que não está empenhada em bens materiais e terrenais, mas nas coisas que são de cima, onde nem a traça e nem a ferrugem podem consumir.
Demolições poderão chegar a 3 mil

Segundo os estudos que estão sendo feito, quase 500 casas serão demolidas. Há quem diga, como a Secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, que serão cerca de 3 mil casas. Um caos! Imagine perder seu lar, construído com tanto esforço e vê-lo sendo levado por escavadeiras junto a lembranças. Não gosto de pensar nisso.
Doações. Seja solidário!

Cerca de 1.500 pessoas já foram retiradas de suas casas desde o início de tudo isso. Algumas desabrigadas e desalojadas encontram-se em quatro abrigos, que estão funcionando em escolas municipais. Outras estão em casas de parentes e amigos, mas aguardando doações de donativos.

A primeira-dama, Alessandra Jordão, está encabeçando a campanha, que tem um posto de arrecadação no Colégio Estadual Artur Vargas (Ceav) - Rua Coronel Carvalho, 232 - que diariamente das 9h às 21h, está recebendo as doações. Quase 25 toneladas de alimentos já foram arrecadadas, 85 mil litros de água mineral e mais de 95 mil peças de roupas.

A necessidade maior é de materiais de higiene pessoal, limpeza e roupas íntimas. Quem quiser doar, ligue para (24) 3367-8107 ou 9999-6314, faça a entrega pessoalmente no endereço já citado.


A Prefeitura de Angra também abriu uma conta bancária para doações. Os interessados que quiserem ajudar podem fazer depósitos no Banco do Brasil, na agência 0460-x e C/C nº 74500-6, em nome de Prefeitura de Angra – Calamidade Pública. São aceitas doações de qualquer valor.

Por favor, leitores deste blog, mobilizem-se e vamos ajudar minha cidade linda, que está devastada e amedrontada pelo risco iminente de mais chuva que vem por aí.

Vamos orar e respeitar as autoridades, que são constituídas por Deus, para que Ele lhes dê sabedoria para tomar decisões em meio a essa situação.



FOTOS:


A primeira (lá em cima) é do Morro da Carioca, devastado e a segunda (logo abaixo), do resgate na Praia do Bananal.





Um comentário:

Kelchris disse...

É exatamente isso... um sentimento de "mãos atadas", amedrontados diante d tal situação, mas "em tudo somos atribulados , mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;..."
E esse sentimento sei q Deus tem dissolvido aos poucos, pois Ele é a nossa força, quem nos dá estrutura, msm quando nos sentimos impotentes.
Tb tenho absoluta certeza q o Senhor vai derramar da sua alegria sobre Angra.
E todas as nossas sensações e sentimentos cuida Deus!
☺ Demorou, mas tô aki comentando rsrs
Bjusssssssssssss migaaa