quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Há 20 anos atrás...

Eu, sinceramente, não consigo entender alguns conceitos. Outros eu tive que aceitar ao longo da minha vida por simplesmente respeitar alguém.
Quando vi esse vídeo (abaixo), eu dei risada ao rever algumas pessoas, senti uma nostalgia (por ter sido no local de origem da minha família - minha mãe viveu lá até os seus 15 anos), mas também senti misericórdia das pessoas que viveram durante anos em um local sem acesso à informação. Na época em que o documentário "Caminhos da Ilha Grande" foi gravado, mas especificamente em 1992, da extinta TV Manchete, não havia chegado a luz elétrica à Praia de Provetá, que vivia sobre a lei da interpretação de um pastor sobre a Bíblia.

"Você tem que escolher a quem você quer seguir, se é a Deus ou ao diabo..." (...) " Porque vocês sabem que essas coisas  são mundanas: cinema, teatro... e outras coisas mais 'é' do diabo e não de Deus."

Tudo isso há quase 20 anos atrás... Quando, ainda, todo mundo aceitava tudo porque simplesmente ninguém tinha assistido a um simples programa de televisão.

Pergunto, agora, a vocês? A palavra de Deus mudou? A interpretação mudou? Que conceitos são certos ou errados de verdade? Quantos jovens, daqueles que vi no vídeo, que faziam parte do "Atalaias de Cristo" (Eu os achava demais, quando era pequenininha e morria de vontade de fazer parte dessas entradas de bandeiras que faziam...), ainda estão no caminho do Senhor?
Muitos deles foram perdidos para as drogas, para as bebidas, para a prostituição... Isso realmente foi o mundanismo que entrou naquela praia.

"Se eu pudesse converter todos vocês, qualquer outro poderia desconverter vocês. O que qualquer homem pode fazer qualquer outro homem pode desfazer. Somente o que Deus faz permanece." C. H. Spurgeon

As coisas tomaram um rumo diferente. E por conceitos assim, é que a nossa denominação, Assembleia de Deus, não tem nenhum canal de televisão. Quando despertaram que a "caixa preta" não era do diabo, já era tarde demais. Ele já havia tomado conta do meio mais caro de comunicação...
A questão da televisão não é isolada, mas é só um exemplo do quanto fechamos os olhos para o mundo, quando nosso papel é fazer a diferença dentro dele e, não nos isolarmos dele.

Eu, de laçarote, e o Pr. Salles dando um sorriso, atrás de mim
Eu me lembro do saudoso Pr. Salles (que deu a entrevista ao documentário), e até tenho uma foto cantando, bem pequenininha, na igreja dele.
Aliás, muita gente lembra desse grande homem de Deus, mas que nasceu no início do século XX e aprendeu com alguém conceitos do século XX. Não julgo a natureza do seu chamado e nem a sua autoridade apostólica, mas os ensinamentos que ele passou adiante foi para aquela comunidade, que repito, ficava isolada no meio do nada, na Ilha Grande.

Vejam o vídeo e observem que muitos costumes, nem no Provetá, prevaleceram. Isso prova que o que é de Deus permanece, mas o que foi levantado por homem não dura muito tempo.

E, também, para quem lembra desses tempos e do Pr. Salles, matem a saudade desse grande homem de Deus. Que levava a sério a causa do Mestre.

3 comentários:

João Umberto Neves Martins Filho disse...

Isso é um assunto pra mais de hora, pois quem me conhece sabe como eu sou contra TODA e QLQ forma de interpretação errônea da Bíblia, e toda e qlq criação de leis/dogmas/conceitos humanos para querer demonstrar uma falsa santidade, qnd por dentro já está podre. Eu sinto vergonha alheia de quem aceita certas coisas de cabeça baixa, sem questionar e buscar a verdade. A verdade é que são pessoas acomodadas com a situação, acomodadas por estar num lugar que sempre esteve e achar q qlq outro lugar eh errado/ruim, acomodadas em estarem num lugar por questão de ali serem mais visadas e terem um maior reconhecimento perante a comunidade. Tenho somente um sentimento de pena para com essas pessoas. Referente ao vídeo, é legal de ver o passado de como era a ilha, embora não tenha mudado taaaanto assim hauh

Unknown disse...

Elaine, que viagem no túnel do tempo.... Busquei a segunda parte do vídeo e me deparei com uma "entrevista" minha e da Marilza (lembra dela?) em que éramos questionadas sobre a diferença de comportamento que tínhamos quando estávamos na ilha e no continente...
Puxa vida, como foi bom ver que minhas convicções mudaram, eu era uma criança e não sabia bem o que queria da vida.
Concluindo, não adianta se prender a regrinhas que não edificam e não fazem crescer espiritualmente, apenas dão margem para comparações que geram fofocas e "cuidados" com a vida alheia.
Bjs, flor, e obrigada pela viagem, rs...

neiver disse...

Saudoso pastor Sales.. saudades dele! Bons tempos!